Correr descalço | Prática esportiva de poucos adeptos

Correr descalço é uma nova prática que tem tomado o gosto de inúmeros corredores. Os adeptos desta inusitada modalidade garantem que o fator “pisando descalço” está muito relacionado aos benefícios do contato entre natureza e corpo.

Segundo estes corredores, a prática seria adota para voltar aos tempos mais primórdios; em contato com o solo, em contato com a vida.

No entanto, alguns estudos entraram no segmento deste hábito tão curioso para alguns.

Apesar de serem ainda escassas, pesquisas revisaram algumas diretrizes estudadas, e repararam que não há evidências que sustentem maiores benefícios desta prática.

Mesmo assim, algo animador pode ter sido desvendado em meio a este estudo publicado pela revista Medicine and Science in Sports and Exercise.

O artigo publicado no periódico concluiu que as evidências são limitadas quanta a ocorrência de problemas ao adotar a prática de correr pisando descalço.

Fora isso, não há qualquer sustento de pesquisa que afirme, categoricamente, que a prática é um risco a lesões em pessoas que adotam o descalço como opção nas corridas.

Conforme análise, o uso do calçado ou não, não reduzirá os riscos de lesões.

Os pesquisadores, ao fim do estudo, ficaram chocados com os resultados.

Isso porque, ao início, esperavam que, em longo prazo, os efeitos negativos de correr descalço seriam mais evidentes. O que não foi o caso.

A pesquisa de Karsten Hollander à respeito de correr descalço

O estudo usou como base algumas populações na África do Sul.

Elas incluíam inúmeras pessoas que possuíam o hábito de andarem descalças.

Desde caminhar descalço a correr descalço, inclusive.

À Reuters Health, Hollander comentou que ele e seus colegas estão preparando um estudo maior acerca deste fenômeno comparativo, mas que a base está praticamente pronta.

Nesta inicial pesquisa, houve uma comparação entre as crianças que andam descalças na África, e as crianças na Alemanha.

A avaliação focaria sob desenvolvimento dos pés e a performance da pessoa.

Na publicação, o universo girou em torno de 8 mil pessoas avaliadas, comparando-se dados da biomecânica, acerca de performance motora, além de doenças também sendo observadas em pessoas descalças em comparação com as que comumente andavam calçadas.

O espanto surgiu quando fora observado que as pessoas que andam descalço não apresentavam índices de lesões superiores às calçadas.

Os dois grupos apresentaram uma similaridade quanto a estes dados.

A única observação que já se esperava fica por conta da largura dos pés.

Pisando descalço, os pés tendem a ficar ligeiramente mais largos.

O que não pode ser conclusivo, fora as evidências limitadas quanto aos benefícios ou malefícios desta prática a saúde.

Segundo Hollander, a ausência ou presença de tênis não interfere neste ponto.

Mas estudos ainda precisam ser desenvolvidos para que esta ponderação primária seja, de fato, conclusiva.

Aqui está o que Emmi Aguillard, PT, DPT, FAFS da fisioterapia da linha de chegada diz sobre correr sem sapatos – e se é algo que você deve considerar.

Você ainda vê muitos corredores descalços hoje em dia?

“ Não são muitos, mas definitivamente ainda temos um monte deles. Eu diria que cerca de 10% dos meus pacientes são a favor de um estilo de corrida mais minimalista. ”

Por que você acha que as pessoas correm descalças? Quais são as vantagens biomecânicas?

“Do ponto de vista evolutivo, faz sentido. Os seres humanos foram projetados para esportes de resistência, como corrida, e definitivamente não tivemos um tênis de corrida moderno ao longo da história.

Biomecanicamente, o pé é projetado para lidar com o estresse da corrida por períodos prolongados sem apoio.

Às vezes, quando um corredor está usando um tênis de corrida excessivamente almofadado ou de suporte, ele pode realmente limitar a capacidade do pé de pronar e supinar da maneira que deveria, enfraquecendo os músculos intrínsecos do pé.

Também pode fazer com que um corredor ultrapasse o passo ou atinja o calcanhar excessivamente. Isso leva à diminuição da eficiência, aumento da força de reação do solo – ou impacto – sendo absorvido a cada passo e aumento do risco de ferimentos. ”

Quais são os prós e os contras de correr descalço?

“Os profissionais têm torque reduzido no quadril e no joelho, menor comprimento do passo – especialmente se você ultrapassar os passos – aumento da batida do meio para o antepé se você estiver aterrissando com força demais e diminuição do pico de impacto na aterrissagem.

A corrida natural é uma boa opção se você é propenso a dores nas canelas, dor no joelho ou lesões relacionadas aos ossos ou ao estresse.

O principal golpe é o aumento do torque no pé e no tornozelo.

Provavelmente, a corrida minimalista não é para você se você é propenso a fascite plantar, tendinite de Aquiles ou estirpes de panturrilha. ”

Como exatamente o corpo reage de maneira diferente às batidas do pavimento quando você está descalço e quando está calçando sapatos?

“Embora correr descalço diminua o pico de impacto na aterrissagem, com a corrida em calçada, pode ser um impacto muito grande apenas para o corpo humano. Especialmente para alguém que é mais novo para correr e que não tem anos para aumentar. a força do tecido ou a densidade óssea do complexo da perna.

Comprovadamente, diversos pacientes desenvolveram neuromas nos pés, fraturas por estresse, distensões na panturrilha e dores nos joelhos devido a muitas milhas gastas batendo na calçada sem absorção de choque suficiente nos sapatos ”.

Correr descalço pode ter um grande benefício em um ciclo de treinamento – é importante abordá-lo com moderação e quando apropriado.

Entretanto, para a vida na maioria das áreas urbanas com o estresse que o concreto exerce sobre nossos corpos, a corrida com os pés descalços simplesmente não é sustentável regularmente.